Relacionamento por amor ou interesse?

SISMÓGRAFO

Estão de olho em você servidor! Descubra se o relacionamento é por amor ou interesse

Por Alexandre de Oliveira*

Em um renomado hospital, na capital paulistana, aconteceu um fato curioso onde meu bom amigo Marcos trabalha como enfermeiro. No dia de sua escala de plantão Marcos foi cuidar do doente internado no quarto 45. O paciente em questão era um senhor que já havia passado dos 80 anos e durante sua vida conquistou respeito e fortuna atuando como empresário. Como de rotina, Marcos e mais dois colegas seguiram ao quarto e deparou-se com a jovem acompanhante do importante paciente deitada em posição, no mínimo, insinuante trajando uma sedutora lingerie branca.

Mantendo a descrição e respeito exigido pela atuação profissional, a equipe tratou de prestar os cuidados necessários ao enfermo que, lutando contra o fraco batimento cardíaco e respiratório, explicou em baixa voz que estaria aos cuidados de sua esposa para comemorar os sete anos de matrimônio. Indiferente a declaração do marido e com olhar fixo nos membros da equipe, a jovem esposa levantou-se demonstrando toda sua beleza e perguntou se também poderia contar com a presença dos enfermeiros caso precisasse ser servida. Respondendo que a equipe estaria pronta para o atendimento necessário, Marcos e seus colegas saíram do quarto intrigados com a motivação do vínculo afetivo do casal. Afinal, será que esta união é por amor ou interesses?

É sempre delicado julgar relações, mas penso que um dos ingredientes que pode colaborar para tal resposta é o histórico e conduta individual das partes envolvidas. A história contada por Marcos merece reflexão e torna-se familiar com a notícia divulgada, no último dia 27 de maio, pela Agência Estado.

Na matéria Intitulada “De olho em 2014, PSDB paulista cria núcleo sindical”, a notícia explica a estratégia adotada pelo partido para conquistar o Planalto, em 2014. Na visão do PSDB, sem uma relação do partido com as Centrais Sindicais não será possível vencer a futura eleição presidencial, seja com Aécio Neves ou com Geraldo Alckimin.

Sem perder tempo, o governador paulista foi à luta e tem flertado com algumas centrais sindicais para anunciar um futuro e próspero casamento com o servidor, que virou a “musa”, a “Vênus”, a “mina do condomínio”, objeto de conquista.

Então é chegada à hora de discutir os relacionamentos, seja do governo com os sindicatos; dos sindicatos com os servidores ou ainda do governo com os trabalhadores.

O PSDB paulista não tem um histórico romântico com seus servidores, sejam eles da área da Saúde, Segurança, Justiça e tão pouco da Educação. A história começou em 1988. Após passar por uma “cirurgia Plástica”, o PMDB paulista de Montoro, Quércia, Fleury e Companhia, reapareceu com nova estética, surgindo como PSDB. Desta vez, Montoro, Serra, Covas, FHC, Sérgio Motta e Alckimin exibiam as novas formas, com propostas atraentes para sanar antigos problemas.

Seduzidos, o povo elege Covas, mas em seu primeiro ano de governo, não consegue sustentar suas promessas, resultando na maior mobilização promovida pelos servidores da educação. Barracas foram armadas em frente à secretaria da Educação onde os manifestantes passaram dia e noite. Os anos se passaram, mas a relação tucana com seus servidores só piorava. Trabalhadores do judiciário fizeram a mais longa greve da categoria e até a policia parou com o vexatório penúltimo pior piso salarial do país. Recentemente servidores da Saúde marcaram greve para reajustar o salário; com a mesma proposta os metroviários paralisaram parcialmente suas atividades e os professores das Escolas técnicas (ETCs) demonstraram insatisfação ao vaiar o governador Alckimin, em sua mais recente visita a Baixada Santista (BS), na inauguração da Plataforma de Pesca, em Mongaguá.

Já na relação governo com sindicato, pela estratégia política anunciada podemos considerar a possibilidade do namoro se estender também nos municípios administrados e aliados pelo PSDB e isto incluiria todas as cidades da BS. Caso isso ocorra, podemos ficar diante da jovem esposa vestida com a provocante lingerie branca, em local e momento impróprio. A insatisfação dos servidores municipais é evidente, na maioria das cidades da BS.

Na relação sindicato e servidores o envolvimento é semelhante a um casamento, podendo ocorrer dissabores e ser implantado o mal estar por falta de bons acontecimentos, da mesma forma que acontece com um chefe de família, que decepciona sua esposa por não comprar a tão esperada mobília devido o não pagamento da bonificação prometida pelo patrão. Geralmente estes desentendimentos não abalam o relacionamento e é saudável para revisão de posturas

Das centrais sindicais paqueradas pelo PSDB, a CUT (a qual o SISPUMI é filiado), não consta como pretendente ao flerte, conforme divulgado na notícia da Agência Estado. Nem poderia ser, pois a conduta da CUT, assim como a do SISPUMI, é de manter uma relação afetiva e de relacionamento duradouro com os trabalhadores que representamos. Neste antigo e velho casamento ficamos juntos na saúde e na doença; na alegria e na tristeza; na riqueza e na pobreza…E muitas são as pobrezas ofertadas. Falamos com propriedade que estamos nesse relacionamento por amor com os trabalhadores.

A você servidor, cabe ficar atento a seu sindicato e representação política para avaliar se o vínculo das relações que o rodeiam são provenientes de amor ou interesses.

 

 

* Alexandre de Oliveira é jornalista, graduado pela Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) com extensão em assessoria de imprensa

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